Hanna
Halm
é uma poeta, escritora, ilustradora, zineira e musicista nascida em
1993 em Queimados, no Rio de Janeiro.
Participa
do coletivo de publicações independentes Drunken
Butterflye
e integra o selo fonográfico fluminense Efusiva.
Tem
poemas publicados no blog Poema
Diário
e no jornal Plástico
Bolha.
Domus
Aurea
não
sei de onde vem
nossas
linhas cordiais
aos
sorrisos pantominos
da
antiga casa dourada
em
uma Roma de dedos frios e
incêndios
recônditos,
privativo
desejo de
acharmos
uma a outra
em
um caos (re)conhecido
e
evadir a liberdade que
não
temos
as
bocas dizem por
metade,
a fala
rasgada
gravura que cobiçamos
revelar
entre os encontros
racionados
pelos dias
de
alguma paz.
te
espero
mesmo
caio perdida em
seu
caminho brincadeira
quando
corro
pela
sala que nos
observa
querer uma
a
outra
dúvida
mania de
olhos
flama que
nos
abraça
em
nosso abraço
e
zomba dos muros que
cedem
a nossa
sede
em
descoberta
#
Deixem
abertos os meus olhos
deixem
abertos os meus olhos, e
sobre
o meu peito
feche
minha mão
como
uma cuia a espera de
lágrimas
repreendidas.
compreenda
minha altura,
metragem
antiquada de índia
(misto
de sangue e confusão)
calce-me
com botas moles
gastas
pelo couro judiado
que
andei a vida.
quero
sussurros de adeus
ditos
ao pé do ouvido surdo
quero
meus cabelos penteados
com
a calma da escrita
e
minha camisa branca
de
botões e gola livres
casando
minha
íris
fosca,
seca
feito a boca
que
se há de morder.
não
hei de perder no breu
tal
antropofagia
declarada
no berço
que
cedo me deitei
e
retorno em perímetro maior
para
até onde dura
a
poeira na vista
que
agreguei durante os dias.